3.12.2018

A QUESTÃO DO DÍZIMO

O DÍZIMO É VÁLIDO PARA OS DIAS ATUAIS?

“O Novo Testamento olha para a contribuição regular e proporcional como sendo uma expressão de amor e gratidão ao Senhor, para o sustento da Casa de Deus. No NT não há obrigatoriedade, é verdade, mas também não há suspensão do dízimo. Paulo fala da necessidade de contribuirmos de maneira generosa, proporcional, constante, regular e de acordo com a prosperidade de cada um. Embora não citado expressamente em 2Coríntios8, o dízimo se encaixa perfeitamente nessa passagem.”

Augustus Nicodemus Lopes

Todavia, assim como vocês se destacam em tudo: na fé, na palavra, no conhecimento, na dedicação completa e no amor que vocês têm por nós, destaquem-se também neste privilégio de contribuir. Não lhes estou dando uma ordem, mas quero verificar a sinceridade do amor de vocês, comparando-o com a dedicação dos outros. Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos. Este é meu conselho: convém que vocês contribuam, já que desde o ano passado vocês foram os primeiros, não somente a contribuir, mas também a propor esse plano. Agora, completem a obra, para que a forte disposição de realizá-la seja igualada pelo zelo em concluí-la, de acordo com os bens que vocês possuem. Porque, se há prontidão, a contribuição é aceitável de acordo com aquilo que alguém tem, e não de acordo com o que não tem. Nosso desejo não é que outros sejam aliviados enquanto vocês são sobrecarregados, mas que haja igualdade. No presente momento, a fartura de vocês suprirá a necessidade deles, para que, por sua vez, a fartura deles supra a necessidade de vocês.
2 Coríntios 8:7-14

No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar.
1 Coríntios 16:2

“Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais? Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho.”
1 Co 9.11,13,14

“O Senhor Jesus também disse que devemos “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21), o que significa que, assim como há uma fatia do nosso orçamento (proporcional aos nossos ganhos) que pertence ao GOVERNO – que é uma figura de quem recolhe os nossos impostos (Imposto de Renda/INSS/etc) – assim também temos uma fatia orçamentária (proporcional aos nossos ganhos) que pertence a Deus: os nossos dízimos. Muitos se perguntam sobre qual valor eles devem calcular os seus dízimos. Números 18.27 diz que os dízimos dos grãos se contavam depois que estavam limpos na eira, e o dízimo da vinha depois que as uvas haviam sido espremidas no lagar. Isto fala do ganho líquido, e digo que isto deve se aplicar a quem tem o seu negócio próprio. Ninguém deve dizimar sobre o faturamento, e sim sobre os lucros, sobre os ganhos. Quanto ao trabalhador assalariado, recomendamos que ele dizime sobre a renda bruta do seu holerite, uma vez que a maior parte das deduções são benefícios (ganhos indiretos), e os impostos são despesas pessoais, como qualquer outro gasto da casa que não deduzimos ao fazermos esta conta. No que tange à venda de bens, ensinamos que os dízimos devem ser entregues sobre o lucro da negociação”.

Luciano Subirá

Outro ponto é que devemos fazer distinção entre lei cerimonial e lei moral. A lei cerimonial ficou circunscrita ao Velho Testamento. Refere-se a costumes próprios do povo de Israel, sobre alimentação, etc. Não temos nenhuma obrigação, hoje, para com essa lei. Há, porém, a lei moral. Esta permanece. Os dez mandamentos, por exemplo. Faziam parte da lei, mas permanecem até hoje, porque são princípios eternos, estabelecidos por Deus para as relações humanas. Assim também acontece com o dízimo. Ele pertence à lei moral de propriedade. O princípio de que Deus é o dono de tudo permanece, e com ele o nosso reconhecimento dessa propriedade, expressa através do dízimo!
Ainda, convém lembrar que nosso Senhor declarou que se a nossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entraremos no reino dos céus (Mt. 5:17). Neste caso, Jesus está colocando para nós um padrão mais alto que o dos fariseus. Estaria ele omitindo a prática do dízimo, parte integrante da justiça do fariseu? De modo nenhum.

Paulo, em I Coríntios 9, declara que o princípio do sustento do ministério na dispensação da graça é o mesmo que o da dispensação da lei. Paulo está discutindo aqui o seu direito de sustento por parte das igrejas. Fala do dever das igrejas de sustentarem seus obreiros, usando várias figuras para ilustrá-lo, entre elas a do boi que debulha. Pergunto em seguinte: "Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais"? I Cor. 9:11. Em I Coríntios 9:13 usa o apóstolo a ilustração do templo e do serviço dos levitas no altar, dizendo que eles tiravam do altar o seu sustento. Qual era esse sustento? O dízimo, não há dúvida nenhuma. Vem agora a conclusão do apóstolo, em que estabelece o princípio paralelo nas duas dispensações: "Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho." I Cor. 9:14. Note a palavra "assim". Quer dizer que do mesmo modo como eram sustentados os sacerdotes, assim devem ser sustentados os ministros do evangelho, isto é, com os dízimos entregues pelo povo de Deus.

Você acha 10% um sacrifício muito grande pra você?

Tomemos o caso da viúva pobre. Ela não deu um dízimo, mas dez dízimos - deu tudo, 100%. Mc. 12:11-44.

Zaqueu, depois de convertido se dispôs a dar metade dos seus bens aos pobres, portanto, cinco dízimos, 50% Lc. 19:8.

Os crentes da igreja em Jerusalém ofereceram tudo quanto tinham. At. 2:44-45; 4:32-37.

Os crentes da Macedônia deram com sacrifício, muito acima das suas possibilidades, a ponto de surpreenderem o apóstolo por sua liberalidade. II Cor. 8:1-5.

Os coríntios foram convidados a contribuir "conforme a sua prosperidade" em I Cor. 16:2. Isso não poderia significar, em hipótese alguma, menos do que o dízimo.

Pra lacrar: Jesus era dizimista!

Pedimos ao leitor que também examine cuidadosamente Hebreus 7:1-10. O autor está provando, nessa carta, a superioridade de Cristo sobre a velha dispensação, e aqui, de modo particular, sobre o sacerdócio judaico. Refere-se a Melquisedeque e ao dízimo que Abraão lhe pagou, acrescentando que esse Melquisedeque era figura de Cristo. Sendo Melquisedeque figura de Cristo, quando Abraão lhe deu o dízimo, estava dando-o, em figura, ao próprio Cristo. Se o crente Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, tipo de Cristo, os crentes hoje devem dá-lo ainda àquele que é sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque. O pensamento do versículo 8 pode ser assim parafraseado: "Enquanto no sistema mosaico recebem dízimos homens que morrem, isto é, os sacerdotes, na dispensação da graça, tipificada por Melquisedeque e Abraão, recebe dízimos aquele de quem se testifica que vive para sempre, Jesus Cristo." Jesus, pois, recebe dízimos até hoje dos crentes fiéis, através da igreja que ele instituiu e incumbiu da propagação do evangelho.

Cristo não quis obrigar seus seguidores a serem dizimistas, mas preferiu confiar no amor liberal deles. Estaremos merecendo essa confiança?

Walter Kaschel

O que podemos dizer sobre os dízimos com base nesse texto? Creio que é justo dizer que ambos sacerdócios carregam consigo a função da coleta dos dízimos. O sacerdócio superior de Melquisedeque também coletava dízimos. Os dízimos pertencem aos dois sacerdócios e não são uma lei da aliança mosaica apenas. Existe continuidade e descontinuidade nas alianças de Deus. Algumas continuidades são: A guarda do sábado ou dia de descanso continuou no domingo; a circuncisão continuou no batismo; a páscoa continuou na santa ceia, etc. O meu entendimento, então, é que a obrigação do dízimo continua, ainda que no Novo Testamento ela tenha uma roupagem nova: as contribuições voluntárias feitas com alegria; o auxílio aos pobres/necessitados; o usar os nossos bens com a consciência de que eles pertencem a Deus; o bom sustento dos obreiros do reino, enfim. Parece-me que o dízimo é só uma espécie de mínimo, é o que se fazia debaixo da lei. Na lei do Espírito, os cristãos são livremente levados a fazer muito mais pelo Reino, para a glória de Deus, pois a Nova Aliança é superior à antiga.

João Paulo Thomaz de Aquino

Aprendemos que a oferta voluntária:

1. É um ato desejável por Deus (“aroma suave”). Nesse sentido, é um privilégio poder contribuir, poder fazer algo que é desejável por Deus.
2. É um ato aceitável por Deus (“sacrifício aceitável”). Não podemos, portanto, dizer que ofertas não sejam aceitas por Deus, pois Paulo nos ensina o contrário.
3. É um ato agradável a Deus (“aprazível”). O texto diz que ela é aprazível, ou seja, traz prazer a Deus.
4. É um ato direcionado a Deus. Se vamos contribuir com outro propósito em mente: prosperidade, barganha com Deus, para agradar o cônjuge, para agradar o pastor, ou líder de ministério, ou até para termos mais orgulho da denominação, tudo isso foge ao propósito principal: a oferta correta é direcionada a Deus e somente a Ele. Nesse sentido é que acompanha o dízimo como um ato de gratidão e de louvor. Devemos estar constantemente pesquisando os nossos motivos nas nossas ofertas.

Podemos desse registro, extrair as seguintes lições:

A. Deus se agrada das ofertas. Isso fazia parte da liturgia e não há qualquer palavra de condenação à prática. Faz parte, portanto, de nossos deveres, pois Jesus aprovou a oferta da viúva.
B. A evidência do amor, não é a quantidade dada, mas a quantidade comparada com as nossas posses. Deus requer de nós o mínimo, mas é apropriado até darmos tudo o que temos a Ele.
C. Deus não despreza a oferta humilde.Não existe pessoa, portanto, que não possa, dessa forma, mostrar o seu amor a Deus, pois 10% para o rico é o mesmo que 10% para o pobre.

Solano Portela




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