3.04.2022

A Superioridade da Nova Aliança!

 


Grande parte das igrejas evangélicas brasileiras ainda estão presas ao Antigo Testamento! Esquecendo-se de que não estamos mais na época da Lei, mas da Graça!

Por falta de entendimento, de uma teologia boa nessas denominações, os pastores ensinam o povo de que TODA a Bíblia é atualmente válida para a igreja. Eles pregam assim porque acreditam nisso.

O Velho Testamento não deve ser descartado, claro, mas, devemos lê-lo corretamente, como uma coleção de livros históricos, que nos contam principalmente a história do povo judeu, povo escolhido de Deus, de onde surgiria futuramente o Messias.

Entretanto, o Antigo Testamento não deveria determinar mais (em muitos aspectos) nosso comportamento hoje! Exceto nos casos onde ele é repetido no Novo Testamento, referendado por Jesus! Somos gentios, não judeus, somos cristãos, não seguimos mais as leis de Moisés!

Ouvistes o que foi dito… Eu, porém vos digo (Mt 5,17-37)

O texto do evangelho de hoje está dentro da unidade maior de Mt 5,20 até Mt 5,48. Nela Mateus mostra como Jesus interpretava e explicava a Lei de Deus. Por cinco vezes ele repetiu a frase: “Antigamente foi dito, eu, porém, lhes digo!” (Mt 5,21.27.33.38.43).

O segredo para a compreensão desta questão é saber que a lei do Velho Testamento foi dada à nação de Israel, não aos cristãos. Algumas das leis visavam ao conhecimento, por parte dos Israelitas, de como obedecer e agradar a Deus (Os Dez Mandamentos, por exemplo), algumas delas tinham como objetivo mostrar como adorar a Deus (o sistema de sacrifícios), algumas delas simplesmente diferenciar os Israelitas de outras nações (as regras em relação à comida e vestimentas). Nenhuma das leis do Velho Testamento se aplica a nós nos dias de hoje. Quando Jesus morreu na cruz, Ele aboliu a lei do Velho Testamento (Romanos 10:4; Gálatas 3:23-25; Efésios 2:15).

Em substituição à lei do Velho Testamento, nós estamos sob a lei de Cristo (Gálatas 6:2), que é: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos depende toda a lei e os profetas” (Mateus 22:37-40). Se fizermos estas duas coisas, estaremos cumprindo tudo o que Cristo quer que façamos, “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados” (I João 5:3). Tecnicamente, nem os Dez Mandamentos são aplicáveis aos cristãos. Entretanto, 9 dos Dez Mandamentos são repetidos no Novo Testamento (todos, exceto o mandamento para que se guarde o Sábado). Obviamente, se nós amamos a Deus, não estaremos adorando a outros deuses ou ídolos. Se amamos aos que nos cercam, não os mataremos, não mentiremos para eles, não cometeremos adultério contra eles ou cobiçaremos o que a eles pertence. Portanto, não estamos sob nenhuma das exigências da lei do Velho Testamento. Nós devemos sim amar a Deus e a nosso próximo. Se com fé cumprirmos estes dois preceitos, todo o restante se ajustará.

O Antigo Testamento, que é aproximadamente 75% da nossa Bíblia, inclui muitas informações importantes. Ele nos oferece o conforto de saber da fidelidade de Deus em cumprir as suas promessas (Romanos 15:4). O Velho Testamento nos instrui, também, por meio de exemplos negativos (1 Coríntios 10:5-11) e positivos (Tiago 5:16-18; Hebreus 11). Ele revela aspectos importantes do caráter de Deus e da vontade geral dele para com os homens.

Mas, quando se trata da legislação de Deus para nos guiar no nosso culto ao Senhor hoje, devemos buscar estas orientações no Novo Testamento, a aliança revelada por Jesus Cristo para governar todos os homens. Para saber como adorar a Deus, como receber a salvação e como a igreja deve agir, precisamos do Novo Testamento. O Antigo Testamento não governa o nosso serviço a Deus nos dias atuais, pelo menos não deveria, embora a maioria das mensagens pregadas hoje em dia, principalmente pelos irmãos pentecostais, são retiradas do VT.

O Antigo Testamento Não Nos Governa Hoje!

Deus apareceu no monte Sinai e revelou uma lei de grande importância. Ele falou por meio de Moisés sobre diversos aspectos da conduta do povo de Israel. Aquela lei foi dada especificamente ao povo de Israel, e nunca foi dada como uma lei geral para governar os gentios (as outras nações). Deus disse: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santaSão estas as palavras que falarás aos filhos de Israel (Êxodo 19:5-6). A maioria das pessoas hoje é descendente de outros povos, e não descendentes físicos de Israel. A lei dada no Sinai não foi dada a nós (gentios).

Mesmo para os judeus, a lei foi cumprida e não está mais em vigor. Paulo disse que a lei servia como aio ou tutor, com uma função temporária: “De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio (Gálatas 3:24-25). O livro de Hebreus mostra que Jesus é o Mediador de uma Nova Aliança, superior ao Antigo Testamento (Hebreus 8:6-9; 10:9b-10).

Paulo, sendo judeu, disse: “Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra” (Romanos 7:6). O contexto de Romanos 7 esclarece outro fato. Alguns ensinam hoje uma distinção artificial entre a lei moral e a lei cerimonial. Dizem que a lei moral inclui os dez mandamentos e permanece em vigor, enquanto algumas ordenanças cerimoniais da lei não se aplicam mais. Mas Paulo claramente se referiu a lei toda, incluindo nos seus comentários os dez mandamentos. O exemplo que ele cita quando fala da lei é um dos dez mandamentos: “Não cobiçarás” (Romanos 7:7; cf. Êxodo 20:17). Não vivemos hoje subordinados à lei do Antigo Testamento – nem às ordenanças sobre sacrifícios, nem aos dez mandamentos.

Isto significa que é permitido matar, adulterar, cobiçar, mentir, etc.? Não! A Nova Aliança claramente proíbe tais comportamentos, e devemos ser obedientes ao evangelho de Jesus Cristo.

O Sábado

Deus ordenou que os israelitas guardassem o sábado (Êxodo 20:8-11). Ele falou claramente que foi uma aliança especial com o povo de Israel: “Tu, pois, falarás aos filhos de Israel e lhes dirás: Certamente, guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações.... Portanto, guardareis o sábado, porque é santo para vós outros.... Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado.... Entre mim e os filhos de Israel é sinal para sempre....” (Êxodo 31:13-17). Deus não deu esta ordem aos gentios em outras terras, e não a repetiu como parte da Nova Aliança. Pelo contrário, Paulo disse: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo” (Colossenses 2:16-17). Quando chegamos à luz de Cristo, deixamos a sombra para trás!

Sacrifícios de animais faziam parte do Antigo Testamento, mas não pertencem ao serviço dos cristãos hoje. O Novo Testamento mostra que estes sacrifícios eram ineficazes (Hebreus 10:4) e que foram oferecidos segundo a lei dada aos israelitas (Hebreus 10:8). É o sacrifício de Jesus, e não o sangue de animais, que nos purifica do pecado (Hebreus 10:11-12).

O Incenso foi oferecido no Antigo Testamento (Êxodo 30:1,37), mas não faz parte do louvor dos cristãos no Novo. Na Nova Aliança, ele não autorizou a prática de oferecer incenso na adoração, então não devemos adotar tal prática.

O Dízimo

Os israelitas, no Antigo Testamento, receberam várias instruções sobre o dízimo. A Lei falava da responsabilidade geral de dar o dízimo (Levítico 27:30; Deuteronômio 14:22). Deus ordenou que levassem os dízimos ao lugar por ele escolhido (Deuteronômio 12:6) e ele os deu aos levitas (Números 18:21,24). No final do Antigo Testamento, Deus ainda cobrava os dízimos do povo (Malaquias 3:10).

Mas na Nova Aliança, que entrou em vigor após a morte do Testador (Hebreus 9:15-16), o princípio das ofertas é diferente. Cristãos devem dar com alegria e liberalidade, conforme a sua prosperidade (1 Coríntios 16:1-2; 2 Coríntios 9:6-7,12-13). O princípio atrás das ofertas hoje não é a cobrança de uma porcentagem específica (dízimo significa 10%).

Hoje, muitas igrejas pregam a obrigação do dízimo, mas o Novo Testamento claramente diz que a cobrança do dízimo era mandamento da Lei: “Ora, os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm mandamento de recolher, de acordo com a lei, os dízimos do povo” (Hebreus 7:5). Não temos mais o sacerdócio levítico e não vivemos subordinados à Lei do Antigo Testamento. Por isso, não devemos pregar a obrigação de dar o dízimo.

Aqueles que querem servir a Cristo precisam resistir às tendências de voltar ao Antigo Testamento como a base do nosso culto hoje. “Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio. Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus” (Gálatas 3:25-26). “De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes” (Gálatas 5:4). Vamos andar no Espírito, conforme a revelação da Nova Aliança!

Polêmica

Seu Pastor local provavelmente vai te dizer que o VT não “caducou”, mas ainda é válido hoje, afinal, como desprezar a história da Criação, ou Salmos e Provérbios por exemplo?

Ele ainda afirmará que o Dízimo ainda é atual (pois a existência da igreja e dos que trabalham para ela depende disso). Sem a retenção do dízimo não tem como a igreja se manter financeiramente!

O sistema de contribuição proporcional ao que se ganha é neotestamentário sim, não se chama mais ´dízimo´, mas é uma forma justa e eficiente de arrecadação. E todo aquele que ama a igreja e sua missão, não deve se preocupar com os 10%, pois essa pessoa, de coração, certamente fará contribuições durante o mês, acima dos 10%!

É bom dizer que sem o Antigo Testamento nunca compreenderíamos o Novo. Além disso, ele foi usado amplamente pelos apóstolos para explicar questões importantes à igreja de Cristo que se iniciava. Por exemplo, Pedro usa o Antigo Testamento para explicar o derramamento do Espírito Santo: “Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel…” (Atos 2:16).

Isso já nos leva a verificar que o conhecimento sobre o Antigo Testamento é algo importantíssimo para a compreensão dos planos de Deus na história, e também sobre o Messias predito por Isaías, Jesus Cristo, que tem um papel central nas escrituras (tudo aponta para Ele).

A Bíblia é uma revelação progressiva, se você pular a primeira metade de qualquer livro e tentar terminá-lo, você vai ter dificuldade de entender seus personagens, o enredo e o final, da mesma forma, o Novo Testamento só pode ser completamente entendido quando é observado antes.

Se apenas tivéssemos o Novo Testamento, iríamos ler os evangelhos sem saber por que os judeus estavam esperando pelo Messias (Um Rei Salvador), não entenderíamos por que esse Messias estava vindo, sem o VT não entenderíamos também os costumes judaicos que são mencionados no Novo Testamento.

Mas repito, se os mandamentos contidos no AT não foram ratificados no NT, é porque se tornaram obsoletos, não tem validade nos dias atuais, muitos deles nem mesmo entre os judeus de hoje. Foram específicos para um povo, tempo e lugar específico.

As Escrituras Hebraicas ou Antigo Testamento são uma coleção de escritos religiosos dos antigos hebreus, acreditados por muitos judeus e cristãos religiosos como a sagrada Palavra de Deus. Contudo, a Lei dada por Moisés nunca serviu como um meio de salvação, ela em si não possuía poder para salvar. E não foram dadas para a IGREJA MODERNA. São sombras do que haveria de vir, do perfeito Jesus.

Judaizantes são pessoas que, não sendo geneticamente israelitas, nem tendo passado por uma conversão formal ao judaísmo, seguem partes da religião e tradição judaicas, sem reconhecimento pelas comunidades israelitas. Infelizmente vemos hoje dentro de igrejas cristãs tais elementos. Temos até um Templo de Salomão, no Brás, em São Paulo, com bispo de quipá e estola, castiçal no púlpito, e até réplica da arca da aliança (com as tábuas dos 10 mandamentos) atrás de véus, etc.

A forma correta de se interpretar o Antigo Testamento é usar JESUS como nossa chave hermenêutica (como diz o Reverendo Caio Fábio), onde o foco é a Graça, o Amor, a Caridade, a Comunhão, Empatia, Perdão... 

Deixemos de buscar em textos antigos, motivos para julgar, dividir, odiar, acusar e apedrejar.

Lembrem-se: Quem não tem pecados que atire a primeira pedra!

 

Instituto Qoeleth