8.12.2014

EU VOU MORRER...







Estou anunciando publicamente o que sabia desde que me conheci por gente: eu vou morrer. Sim. Não terei alternativa. O meu corpo está se desfazendo dia após dia. Já não tenho vitalidade dos meus 15 anos. Os meus cabelos não produzem mais a coloração correta e minhas vistas não enxergam com facilidade. O meu rosto cultiva rugas e marcas que eu não tinha há alguns anos. As minhas pernas, antes ágeis e flexíveis, agora precisam de apoio (e algumas vezes até de bengala) para não se "esquecerem" do passo certo. A destreza das idéias não acompanha a resposta do corpo e eu percebo que a entropia física toma conta do meu organismo e dia mais, dia menos, deixarei esse tabernáculo.
Pode ser que demore um pouco. Com dietas, remédios, cuidados físicos, consigo prolongar um pouco o funcionamento do corpo. Pode ser que não. A verdade, todavia, é que eu irei morrer mesmo e não há o que fazer para evitar (exceto se eu fizer parte da chamada "geração do arrebatamento", pois creio nesse evento escatológico).
Mas o meu anúncio é mais sério ainda, pois ele é extensivo. Não serei eu apenas a morrer. Quem me lê agora também morrerá, mais dia, menos dia. O meu leitor também está fadado ao ocaso da vida e ao império do túmulo. A morte é uma realidade, ainda que o homem faça de tudo para evitar falar sobre o assunto ou adiá-la um pouco mais. Todos morreremos. Um dia o fôlego de vida que nos mantém animados sairá e deixará o corpo como uma caixa vazia, um celular sem chip e sem bateria, onde o chip é o espírito, que se foi para Deus e a bateria a alma que dormiu na morte (esses termos confundem-se no Novo Testamento, mas servem didaticamente aqui).
Morrer não é a minha vontade e nem a do meu leitor, ainda que tenha dito inúmeras vezes, que preferiria a morte a tanto sofrimento enfrentado. Na verdade homem algum quer a morte por prazer; ou a quer por conveniência, ou para poupar maior sofrimento. Pobre alma, não imagina que no além-túmulo as coisas não são inertes ou tranquilas, mas pontuais e decisivas! É certo que a morte é um alívio para quem tem comunhão com Deus, mas ai de quem não tem! O túmulo não traz paz nem felicidade ao incrédulo ou pecador inveterado.
Não fomos criados para a morte. Deus nos criou para a vida. A morte veio como consequência das más escolhas que nossos primeiros pais fizeram. "No dia em que comeres … morrerás", disse Deus ao primeiro casal, caso comesse de uma única árvore no Éden, a única proibida. É bom que se diga que havia MILHÕES de árvores, talvez muitas inexistentes aqui hoje, e NENHUMA necessidade de comer daquela proibida. Não estavam com fome, não estavam em apuros, não havia nada que os obrigasse a isso. Foi mesmo a tentação externa (Satanás aos ouvidos de Eva) que os conduziu à cobiça: serão inteligentes, serão cientistas (conhecedores de todo o bem e de todo o mal), terão olhos abertos. Mas olhos abertos eram os de antes da queda, que viam a Deus pela viração do dia e que não tinham nenhuma preocupação e nenhuma ansiedade. Preferiram a proposta do inimigo em lugar da estabilidade de Deus. Escolheram. Pecaram. Morreram. Saíram do Éden levando consigo o salário do pecado, da má escolha: a morte. Por habitação derradeira ganharam um túmulo. E esse foi o legado que nos deram como primeiros pais…
Deus não os abandonou sem esperança. Deu-lhes uma promessa: o descendente da mulher venceria a serpente, ainda que mordido no calcanhar. Era uma fala poética, uma profecia messiânica: o Filho de Deus viria, se tornaria o nosso Salvador, vencendo a peçonha do pecado da raça. Ele curaria o homem e o prepararia para o porvir.
Assim, há um porvir, um novo alvorecer,  um viver após a morte!
Assim que os olhos se fecham a promessa se cumpre: "Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus." (2Co 5:1). O Apóstolo Paulo disse à respeito de sua morte: "Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor." (Fp 1:23). Cristo falou ao ladrão arrependido: "E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso." (Lc 23:43). Portanto, se eu estiver em Cristo (arrependido de meus pecados e confiado nEle como meu único e suficiente salvador) poderei ter a mesma segurança: ao morrer estarei com Cristo. Aleluia!
No fim dos tempos terei a promessa de uma ressurreição completa e absoluta: o meu corpo sairá do pó e voltará à vida: "Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." (1Co 15:52). O meu corpo será semelhante ao do Senhor: "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos." (1Jo 3:2)
E para terminar esse anúncio, notifico que morrerei. Irei para Cristo. E com Ele voltarei e ressuscitarei, estando para sempre com o Senhor. Ao amigo leitor insto: receba de Cristo a sua salvação também ("A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo." Rm 10:9) e garanta em vida a sua condição futura. É possível! Deus prometeu salvar os convertidos ao Seu Filho! Por que demorar? "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei." (Mt 11:28)

Pr Wagner Araújo

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