Grande parte das igrejas evangélicas brasileiras ainda estão
presas ao Antigo Testamento! Esquecendo-se de que não estamos mais na época da
Lei, mas da Graça!
Por falta de entendimento, de uma teologia boa nessas
denominações, os pastores ensinam o povo de que TODA a Bíblia é atualmente
válida para a igreja. Eles pregam assim porque acreditam nisso.
O Velho Testamento não deve ser descartado, claro, mas,
devemos lê-lo corretamente, como uma coleção de livros históricos, que nos
contam principalmente a história do povo judeu, povo escolhido de Deus, de onde surgiria
futuramente o Messias.
Entretanto, o Antigo Testamento não deveria determinar mais (em muitos aspectos) nosso comportamento hoje! Exceto nos casos onde ele é repetido no Novo Testamento,
referendado por Jesus! Somos gentios, não judeus, somos cristãos, não seguimos
mais as leis de Moisés!
Ouvistes o que foi dito… Eu,
porém vos digo (Mt 5,17-37)
O texto do evangelho de hoje está dentro da unidade maior de
Mt 5,20 até Mt 5,48. Nela Mateus mostra como Jesus interpretava e explicava a
Lei de Deus. Por cinco vezes ele repetiu a frase: “Antigamente foi dito, eu,
porém, lhes digo!” (Mt 5,21.27.33.38.43).
O segredo para a compreensão desta questão é saber que a
lei do Velho Testamento foi dada à nação de Israel, não aos cristãos.
Algumas das leis visavam ao conhecimento, por parte dos Israelitas, de como
obedecer e agradar a Deus (Os Dez Mandamentos, por exemplo), algumas delas
tinham como objetivo mostrar como adorar a Deus (o sistema de sacrifícios),
algumas delas simplesmente diferenciar os Israelitas de outras nações (as
regras em relação à comida e vestimentas). Nenhuma das leis do Velho Testamento
se aplica a nós nos dias de hoje. Quando Jesus morreu na cruz, Ele aboliu a lei
do Velho Testamento (Romanos 10:4; Gálatas 3:23-25; Efésios 2:15).
Em substituição à lei do Velho Testamento, nós estamos sob a
lei de Cristo (Gálatas 6:2), que é: “Amarás o Senhor
teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu
pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a
este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos depende
toda a lei e os profetas” (Mateus 22:37-40). Se fizermos estas duas
coisas, estaremos cumprindo tudo o que Cristo quer que façamos, “Porque este
é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não
são pesados” (I João 5:3). Tecnicamente, nem os Dez Mandamentos são
aplicáveis aos cristãos. Entretanto, 9 dos Dez Mandamentos são repetidos no
Novo Testamento (todos, exceto o mandamento para que se guarde o Sábado).
Obviamente, se nós amamos a Deus, não estaremos adorando a outros deuses ou
ídolos. Se amamos aos que nos cercam, não os mataremos, não mentiremos para
eles, não cometeremos adultério contra eles ou cobiçaremos o que a eles
pertence. Portanto, não estamos sob nenhuma das exigências da lei do Velho
Testamento. Nós devemos sim amar a Deus e a nosso próximo. Se com fé
cumprirmos estes dois preceitos, todo o restante se ajustará.
O Antigo Testamento, que é aproximadamente 75% da nossa
Bíblia, inclui muitas informações importantes. Ele nos oferece o conforto de
saber da fidelidade de Deus em cumprir as suas promessas (Romanos 15:4). O
Velho Testamento nos instrui, também, por meio de exemplos negativos (1
Coríntios 10:5-11) e positivos (Tiago 5:16-18; Hebreus 11). Ele revela aspectos
importantes do caráter de Deus e da vontade geral dele para com os homens.
Mas, quando se trata da legislação de Deus para nos guiar no
nosso culto ao Senhor hoje, devemos buscar estas orientações no Novo
Testamento, a aliança revelada por Jesus Cristo para governar todos os
homens. Para saber como adorar a Deus, como receber a salvação e como a igreja
deve agir, precisamos do Novo Testamento. O Antigo Testamento não governa o
nosso serviço a Deus nos dias atuais, pelo menos não deveria, embora a maioria das
mensagens pregadas hoje em dia, principalmente pelos irmãos pentecostais, são
retiradas do VT.
O Antigo Testamento Não Nos Governa Hoje!
Deus apareceu no monte Sinai e revelou uma lei de grande
importância. Ele falou por meio de Moisés sobre diversos aspectos da conduta do
povo de Israel. Aquela lei foi dada especificamente ao povo de Israel, e
nunca foi dada como uma lei geral para governar os gentios (as outras nações).
Deus disse: “Agora, pois, se diligentemente
ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis
a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque a terra é minha;
vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas
as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êxodo
19:5-6). A maioria das pessoas hoje é descendente de outros povos, e não
descendentes físicos de Israel. A lei dada no Sinai não foi dada a nós
(gentios).
Mesmo para os judeus, a lei foi
cumprida e não está mais em vigor. Paulo disse que a lei servia como aio
ou tutor, com uma função temporária: “De maneira que a lei
nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos
justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já
não permanecemos subordinados ao aio” (Gálatas
3:24-25). O livro de Hebreus mostra que Jesus é o Mediador de
uma Nova Aliança, superior ao Antigo Testamento (Hebreus 8:6-9;
10:9b-10).
Paulo, sendo judeu, disse: “Agora, porém, libertados da lei,
estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em
novidade de espírito e não na caducidade da letra” (Romanos 7:6). O contexto de
Romanos 7 esclarece outro fato. Alguns ensinam hoje uma distinção artificial
entre a lei moral e a lei cerimonial. Dizem que a lei moral inclui os dez
mandamentos e permanece em vigor, enquanto algumas ordenanças cerimoniais da
lei não se aplicam mais. Mas Paulo claramente se referiu a lei toda,
incluindo nos seus comentários os dez mandamentos. O exemplo que ele cita
quando fala da lei é um dos dez mandamentos: “Não cobiçarás” (Romanos 7:7; cf.
Êxodo 20:17). Não vivemos hoje subordinados à lei do Antigo Testamento –
nem às ordenanças sobre sacrifícios, nem aos dez mandamentos.
Isto significa que é permitido matar, adulterar, cobiçar,
mentir, etc.? Não! A Nova Aliança claramente proíbe tais comportamentos, e
devemos ser obedientes ao evangelho de Jesus Cristo.
O Sábado
Deus ordenou que os israelitas guardassem o sábado (Êxodo
20:8-11). Ele falou claramente que foi uma aliança especial com o povo de
Israel: “Tu, pois, falarás aos filhos de Israel e lhes dirás:
Certamente, guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas
gerações.... Portanto, guardareis o sábado, porque é santo para vós outros....
Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado.... Entre mim e os filhos de
Israel é sinal para sempre....” (Êxodo 31:13-17). Deus não deu esta ordem
aos gentios em outras terras, e não a repetiu como parte da Nova Aliança.
Pelo contrário, Paulo disse: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e
bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido
sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo” (Colossenses
2:16-17). Quando chegamos à luz de Cristo, deixamos a sombra para trás!
Sacrifícios de animais faziam parte do Antigo
Testamento, mas não pertencem ao serviço dos cristãos hoje. O Novo Testamento
mostra que estes sacrifícios eram ineficazes (Hebreus 10:4) e que foram
oferecidos segundo a lei dada aos israelitas (Hebreus 10:8). É o sacrifício de
Jesus, e não o sangue de animais, que nos purifica do pecado (Hebreus
10:11-12).
O Incenso foi oferecido no Antigo Testamento (Êxodo
30:1,37), mas não faz parte do louvor dos cristãos no Novo. Na Nova Aliança,
ele não autorizou a prática de oferecer incenso na adoração, então não devemos
adotar tal prática.
O Dízimo
Os israelitas, no Antigo Testamento, receberam várias
instruções sobre o dízimo. A Lei falava da responsabilidade geral de dar o
dízimo (Levítico 27:30; Deuteronômio 14:22). Deus ordenou que levassem os
dízimos ao lugar por ele escolhido (Deuteronômio 12:6) e ele os deu aos levitas
(Números 18:21,24). No final do Antigo Testamento, Deus ainda cobrava os
dízimos do povo (Malaquias 3:10).
Mas na Nova Aliança, que entrou em vigor após a morte do
Testador (Hebreus 9:15-16), o princípio das ofertas é diferente. Cristãos
devem dar com alegria e liberalidade, conforme a sua prosperidade (1 Coríntios
16:1-2; 2 Coríntios 9:6-7,12-13). O princípio atrás das ofertas hoje não é a
cobrança de uma porcentagem específica (dízimo significa 10%).
Hoje, muitas igrejas pregam a obrigação do dízimo, mas o
Novo Testamento claramente diz que a cobrança do dízimo era mandamento da Lei:
“Ora, os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm mandamento de
recolher, de acordo com a lei, os dízimos do povo” (Hebreus 7:5). Não
temos mais o sacerdócio levítico e não vivemos subordinados à Lei do Antigo
Testamento. Por isso, não devemos pregar a obrigação de dar o
dízimo.
Aqueles que querem servir a Cristo precisam resistir às
tendências de voltar ao Antigo Testamento como a base do nosso culto hoje. “Mas,
tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio. Pois todos vós sois
filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus” (Gálatas 3:25-26). “De
Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça
decaístes” (Gálatas 5:4). Vamos andar no Espírito, conforme a revelação da
Nova Aliança!
Polêmica
Seu Pastor local provavelmente vai te dizer que o VT não “caducou”, mas
ainda é válido hoje, afinal, como desprezar a história da Criação, ou Salmos e
Provérbios por exemplo?
Ele ainda afirmará que o Dízimo ainda é atual (pois a
existência da igreja e dos que trabalham para ela depende disso). Sem a
retenção do dízimo não tem como a igreja se manter financeiramente!
O sistema de contribuição proporcional ao que se ganha é
neotestamentário sim, não se chama mais ´dízimo´, mas é uma forma justa e
eficiente de arrecadação. E todo aquele que ama a igreja e sua missão, não deve
se preocupar com os 10%, pois essa pessoa, de coração, certamente fará
contribuições durante o mês, acima dos 10%!
É bom dizer que sem o Antigo Testamento nunca
compreenderíamos o Novo. Além disso, ele foi usado amplamente pelos apóstolos
para explicar questões importantes à igreja de Cristo que se iniciava. Por
exemplo, Pedro usa o Antigo Testamento para explicar o derramamento do Espírito
Santo: “Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel…”
(Atos 2:16).
Isso já nos leva a verificar que o conhecimento sobre o
Antigo Testamento é algo importantíssimo para a compreensão dos planos de Deus
na história, e também sobre o Messias predito por Isaías, Jesus Cristo, que tem um papel central
nas escrituras (tudo aponta para Ele).
A Bíblia é uma revelação progressiva, se você pular a
primeira metade de qualquer livro e tentar terminá-lo, você vai ter dificuldade
de entender seus personagens, o enredo e o final, da mesma forma, o Novo
Testamento só pode ser completamente entendido quando é observado antes.
Se apenas tivéssemos o Novo Testamento, iríamos ler os
evangelhos sem saber por que os judeus estavam esperando pelo Messias (Um Rei
Salvador), não entenderíamos por que esse Messias estava vindo, sem o VT não
entenderíamos também os costumes judaicos que são mencionados no Novo Testamento.
Mas repito, se os mandamentos contidos no AT não foram
ratificados no NT, é porque se tornaram obsoletos, não tem validade nos dias
atuais, muitos deles nem mesmo entre os judeus de hoje. Foram específicos para
um povo, tempo e lugar específico.
As Escrituras Hebraicas ou Antigo Testamento são uma
coleção de escritos religiosos dos antigos hebreus, acreditados por muitos
judeus e cristãos religiosos como a sagrada Palavra de Deus. Contudo, a Lei
dada por Moisés nunca serviu como um meio de salvação, ela em si não possuía
poder para salvar. E não foram dadas para a IGREJA MODERNA. São sombras do que haveria de vir, do perfeito Jesus.
Judaizantes são pessoas que, não sendo geneticamente
israelitas, nem tendo passado por uma conversão formal ao judaísmo, seguem
partes da religião e tradição judaicas, sem reconhecimento pelas comunidades
israelitas. Infelizmente vemos hoje dentro de igrejas cristãs tais elementos.
Temos até um Templo de Salomão, no Brás, em São Paulo, com bispo de quipá e
estola, castiçal no púlpito, e até réplica da arca da aliança (com as tábuas
dos 10 mandamentos) atrás de véus, etc.
A forma correta de se interpretar o Antigo Testamento é usar JESUS como nossa chave hermenêutica (como diz o Reverendo Caio Fábio), onde o foco é a Graça, o Amor, a Caridade, a Comunhão, Empatia, Perdão...
Deixemos de buscar em textos antigos, motivos para julgar, dividir, odiar, acusar e apedrejar.
Lembrem-se: Quem não tem pecados que atire a primeira pedra!
Instituto Qoeleth